Tulipa Ruiz, esquizofrenia, beijos e abraços

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Tulipa Ruiz, esquizofrenia,
beijos e abraços

Por Clarice Gulyas

Sem trocadilhos com flores, vou direto ao assunto. Dentro ou fora de qualquer estação, Tulipa Ruiz encanta. Não só pela voz doce e aguda, meio Gal Costa, navegada por baladinhas dançantes, mas pelo carisma, inquietude, gestos “esquizofrênicos”, jeito muito louco, e descabelado nos palcos – e fora dele. A intimidade com o público vai além das letras caprichosas, cheias de personalidade e pessoalidade. É com olhos nos olhos de cada um, ali, na altura de seus espectadores, ou de sua cantoria estranha com o nariz tapado propositalmente, que ela se destaca e “vai ficando mais um pouquinho” por Brasília, depois de pular, se enrolar no microfone e deitar no chão com Caetano Veloso. “Ele dá trabalho”, brincou ao levantar-se depois de interpretar muito bem a complexa Da Maior Importância.

A cantora malandra, que definiu o ritmo do sintetizador de uma de suas músicas como “som maroto igual Sérgio Malandro”, arrancou risadas a todo momento e deixou todos nós super a vontade. Quem quis ir ao banheiro, teve de segurar o xixi! Era uma surpresa atrás da outra com a espontaneidade sexy de Tulipa – que recebeu um buquê de rosas e distribuiu as flores, uma a uma, às pessoas no fim do show. Depois de A Ordem das Árvores, ela desceu (pela segunda vez) o palco para brincar com o público, deixando o microfone à disposição para quem quisesse, enquanto dava umas voltinhas. A aproximação de Tulipa e a interação do público durante o show é uma atitude que só artistas de verdade têm, que deixam as rimas clichês e sons pegajosos em casa. Ninguém quis ir embora, nem eu, nem ela, que prometeu voltar ainda esse ano com a amiga Tiê.

Lotado, o Teatro Nacional deslumbrou Tulipa. E o público que se recusou a se sentar para poder movimentar o esqueleto!? Foi de pé, que pelo menos mil pessoas se despediram da paulistana, e já com sintomas de saudade, interditaram a rampa de saída para levar Efêmera (Cd de Tulipa com sucesso homônimo cantado duas vezes) para casa. A saudade, na verdade, é de talentos como esses que não se vê ou não se respeita mais na contemporaneidade do “ai se eu te pego”. Que deixam artistas fantásticas como a Vanusa com síndrome do pânico. Mas se abrochou esta pequena flor, de 31 anos, é porque merece ser regada para que sementes como essas possam ser disseminadas por todo o país. Minha horta está na mão, com onze faixas autorais que podem ser adquiridas pelo contato discodatulipa@gmail.com


Um pouco de sua esquizofrenia:

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4 Responses

  1. @claricegulyas

    Oi, Mayara!
    Muito obrigada pelo incentivo! Estou começando a levar essa coisa de blog a sério só agora, que soube que meu blog é visitado kkkkkkkkkkkkk
    Sobre o movimento da Bruna, super obrigada! Espero que possamos voltar logo às atividades…estamos pensando em muitas coisas para esse ano!

    Te adicionei nas suas redes.
    Bjs,
    Clarice Gulyas

  2. Anônimo

    Parabéns pelo Blog Clarice… concordo com você.. show incrível… JOANA BICALHO