“O que está acontecendo em Brasília é desumano”, desabafa Paula Belmonte

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A deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) criticou a gestão da pandemia por parte do Governo do Distrito Federal. Para a parlamentar, é inaceitável que os profissionais da saúde tenham que tomar as decisões sobre quais são os pacientes com maior necessidade de leitos de UTI.

O problema, ainda de acordo com a deputada, passa pela falta de planejamento. Mesmo assim, os profissionais estariam “enxugando gelo”, por conta da omissão no comando. “Não temos leitos nem recursos humanos suficientes. O que está acontecendo em Brasília é desumano. Um médico ter que escolher quem vai sobreviver. Até agora eu vi o governador falando que está tudo bem no HRAN, em Ceilândia, mas eu não acho que ele esteja visitando esses hospitais”, criticou.

Fake news
Os seguidos anúncios de abertura de leitos de UTI para covid-19 por parte do Governo do Distrito Federal foram colocados em dúvida pela deputada federal Paula Belmonte, que critica a estratégia de comunicação da gestão de Ibaneis Rocha (MDB), de culpar a população.

“Estamos falando de um lockdown, de profissionais de saúde esgotados, de pessoas que não têm a dignidade humana de atendimento dos familiares. Vemos um governo falando que está abrindo leitos e colocando a responsabilidade da morte das pessoas na população. A realidade é que esses leitos não foram abertos. Isso é muito sério. Isso é fake news”, disse a deputada. As críticas foram feitas durante a reunião da Comissão Especial da Covid-19 no Distrito Federal.

Oxigênio
A comissão convidou representantes do GDF para falar sobre as denúncias de falta de oxigênio nos hospitais. Segundo Mário Furtado, subsecretário de infraestrutura da Secretaria de Saúde, não houve registros de que a rede tenha ficado desabastecida.

Os contratos do governo com as duas fornecedoras totalizam 503 mil metros cúbicos de oxigênio por mês. Em janeiro, esse consumo foi de 300 mil metros. Ainda não há números consolidados do mês de fevereiro, quando foi registrado um agravamento da pandemia.

“Além do contratado, há um aditivo de 13% que pode ser solicitado. O quantitativo está sendo suficiente até agora. Não temos falta de oxigênio. Todo hospital possui um engenheiro responsável que pode entrar em contato para pedir a reposição se o estoque ficar abaixo de uma porcentagem específica”, explicou.

A falta de materiais e medicamentos para sedação tem sido denunciada por servidores da saúde. Para comentar o assunto, participou o subsecretário de Logística da secretaria de Saúde, Artur Brito. A pasta estaria tentando aprimorar procedimentos para ter maior controle do inventário. “Estamos pedindo que as farmácias não tirem os medicamentos do estoque antes do uso. O estoque central geralmente tem esses produtos”, afirmou.

Foto: Alexandre Motta