Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
A Operação Pomona, deflagrada na manhã de hoje (31) pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) tendo como alvo o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGES), ecoou na sessão ordinária da Câmara Legislativa desta terça-feira. Vários deputados foram à tribuna para comentar a operação que investiga a suspeita de superfaturamento em contrato de locação firmado firmado pelo instituto no valor de R$ 17,2 milhões.
“Prisões, denúncias de corrupção, superfaturamento de testes de COVID. Esse instituto tem que acabar. Cada desvio no IGES significa a perda de dezenas de vidas”, criticou o deputado Professor Reginaldo Veras (PV), que também acusou o governador Ibaneis Rocha de ter mentido em sua campanha eleitoral para o GDF. “É preciso lembrar que na campanha de 2018, o então candidato Ibaneis disse que iria extinguir o IGES. Depois de eleito, o que ele fez foi expandir o instituto”, afirmou.
O deputado Leandro Grass (PV) frisou que “há uma organização criminosa à frente da Saúde” e pôs em dúvida as motivações pessoais do governador no caso sob investigação. “Como é que pode um amigo pessoal do governador alugar sem licitação um prédio para o governo?”, questionou Grass.
Para o deputado Fábio Félix (PSOL) não há outra saída a não ser a extinção do instituto. “A população não aguenta mais. Temos que lutar pelo fim do IGES e pela volta do comando único da Secretaria de Saúde”, defendeu.
Chico Vigilante (PT) lembrou que quando a criação do instituto foi anunciada, fez um alerta aos colegas. “Naquela época eu discursei nesta tribuna dizendo que esse tipo de instituto só deixou rastros de corrupção por onde passou”, afirmou Vigilante.
A deputada Júlia Lucy (União Brasil) ressaltou que a Câmara Legislativa votou um projeto que expandiu a atuação do IGES no começo de 2019 sem uma análise mais profunda. “Não tínhamos acesso a todas as informações e não houve a necessária discussão”, disse a deputada.
A distrital também observou que “muitas das pessoas indicadas para trabalhar no IGES foram selecionadas com critérios discutíveis”.
Eder Wen – Agência CLDF