Marília Mendonça: torres da Companhia Energética de Minas Gerais podem ter causado tragédia

Cenipa diz que não houve falha operacional e pede sinalização das redes de alta tensão da Cemig

foto: reproducao internet


Em laudo divulgado nesta terça (15/5) pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB) aponta que os cabos mal sinalizados da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foram obstáculo para o avião da cantora Marília Mendonça. No relatório final das investigações, o Cenipa aponta que não houve falha humana ou mecânica e pede que a Cemig reforce a sinalização das redes de alta tensão.

Para o advogado Sérgio Roberto Alonso, especialista em direito aeronáutico e representante jurídico de Vitória Medeiros, filha do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, 56 anos, “pelo simples fato da recomendação, fica implícita a responsabilidade da Cemig pela falta de sinalização”.

“Independentemente se estes cabos estavam ou não dentro da zona de proteção, uma vez que a lei, o Código Civil e os princípios de ordem pública são superiores a qualquer regulamento sobre colocar a rede dentro ou fora da zona de proteção”, avaliou o advogado, que atuou nos maiores acidentes aéreos do país.

Ao afirmar que a altura da aeronave estava “dentro dos padroes”, o documento da Aeronáutica também destaca que o objetivo do relatório não é apontar culpados, mas contribuir com a prevenção de novos acidentes no local.

Marília Mendonça, 26 anos, e mais quatro pessoas (dois pilotos, tio e produtor) morreram em novembro de 2021 quando a aeronave da cantora caiu na zona rural de Caratinga (MG). Ela seguia de Goiânia (GO) a bordo de um  bimotor Beech Aircraft fabricado em 1984 com destino a um show no mesmo dia.