Cantora foi presa no Brasil nos anos 2000 e inocentada das acusações de rapto e corrupção de menores em 2004
A história de vida da cantora e atriz Gloria Trevi será tema de uma nova biosérie da Netflix, em parceria com a Televisa. A produção será de Carla Estrada, famosa produtora mexicana de novelas, como a Sortilégio. Infância problemática e superação de obstáculos enfrentados antes e durante o sucesso também serão explorados no streaming.
O anúncio foi feito em 2020 e retomado atualmente, depois de suspensão por conta da pandemia do novo coronavírus. Danna Paola (Elite) é um dos principais nomes cotados para interpretar a estrela mexicana, além das atrizes Ximena Herrera e Matha Higareda, e da influencer digital Jiapsi.
“É a primeira vez que vou falar. Não é a minha verdade, é a verdade porque estou cuidando para que não seja só a minha história, que haja testemunhas que podem dizer coisas que eu mesma não sabia. Também estou documentando, com coisas legais, papéis e tudo. Acima de tudo, é que nunca contei minha história”, disse recentemente Gloria Trevi.
Ainda em fase de preparação, o ponto alto do documentário deve abordar a prisão da cantora em janeiro de 2000 no Rio de Janeiro, quando foi acusada de corrupção e rapto de menores no seu país junto com seu ex-empresário Sérgio Andrade e sua colega de palco María Raquenel.
Ela foi transferida para Brasília em 2001 e, em 2002, deu à luz seu segundo filho Ángel Gabriel, após polêmica gravidez na carceragem da Polícia Federal. Gloria Trevi ficou internada por vários meses no Hospital Regional da Asa Norte e aguardou extradição na 3ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal, no Cruzeiro Novo. A cantora deixou o Brasil no final de 2002 em direção à Chihuahua (México), onde ganhou sua liberdade em 2004.
Para a brasiliense Clarice Gulyas, que visitou Gloria Trevi no HRAN por um ano, os bons momentos não podem faltar na biosérie. Após 20 anos, a jornalista escreve um livro sobre o contato e amizade que teve com a artista, com informações e materiais inéditos, nunca publicados ou vistos antes.
“Ela passou por coisas horríveis e muitas humilhações durante tudo isso. Mas espero que a série também retrate os bons momentos, pois sou testemunha de que ela teve isso aqui. O povo brasileiro também foi muito solidário à ela e à María Raquenel. Muitos de nós queríamos que elas estivessem ficado aqui em liberdade”, diz.