Moradora da região, Martinha do Coco é referência artística para estudantes
Agência Brasília* | Edição: Chico Neto
Na entrada principal da Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá (EC CAP), o rosto de uma artista local que se tornou referência na comunidade colore o muro. A cantora e compositora pernambucana Marta Leonardo de Oliveira, 61, mais conhecida como Martinha do Coco, é fonte de inspiração para os alunos por conta de uma série de atividades desenvolvidas na escola, como participações em saraus, oficinas, apresentações musicais e outros eventos realizados ao longo do ano.
“O trabalho desenvolvido em conjunto com a comunidade escolar está sendo muito gratificante”, diz Martinha. “Os alunos veem uma artista desenhada no muro da escola e sabem que aquela pessoa mora próximo da casa deles, frequenta a escola onde eles estudam. O melhor é que essa mesma artista está ali ensinando e se ressignificando junto de cada um.”
A diretora da escola, Renata Rezende, elogia a iniciativa: “A escola busca trazer referências da própria cidade começando pela entrada, onde o aluno se depara com ilustrações das quadrilhas juninas, da figura ilustre do Paranoá Martinha do Coco e com as famosas pipas que invadem o nosso céu no período das férias”.
Atividades inclusivas
Renata lembra que a inclusão de artistas como Martinha ajuda na aprendizagem, ao enfatizar o pertencimento e o reconhecimento cultural regionais. Além da cantora, outros artistas da cidade também participam das atividades, como Eliana do Boi, uma contadora de histórias do Itapoã que todos os anos desenvolve trabalhos com os estudantes.
A EC CAP atende atualmente 456 alunos do segundo período da educação infantil ao quinto ano do ensino fundamental. Entre as comemorações da escola estão as tradicionais festas juninas, o sarau cultural e oficinas de arte. Os eventos são organizados pelos professores, com apoio das famílias dos alunos.
“Buscamos dar autonomia para essas crianças; nas festas juninas, por exemplo, elas fazem as próprias prendas, criam brincadeiras e os pais podem fazer as comidas típicas para vender na escola”, conta a diretora. “Enquanto isso, nos saraus, elas têm livre escolha para os temas, músicas e outras atividades.”
*Com informações da Secretaria de Educação