Debates definem políticas públicas para a revitalização do MAB

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Por Clarice Gulyas

A revitalização do Museu de Arte de Brasília (MAB) volta a entrar em discussão. Nessa segunda (5/3), artistas locais e representantes do governo realizaram o terceiro debate aberto sobre o tema no Museu Nacional da República. Os encontros têm como pontapé inicial a mostra Diálogos da Resistência que expõe, até o dia 11 de março, 45 das 1.300 obras contemporâneas brasileiras do museu, criado em 1985 e interditado em 2007 pelo Ministério Público por falta de condições de conservação do acervo.

Ainda sem previsão para conclusão da conversa em torno da construção do programa de necessidades do MAB, que está praticamente abandonado desde o encerramento de suas atividades há cinco anos, a expectativa é que seja elaborado um projeto arquitetônico que garanta o funcionamento permanente de um dos mais importantes centros culturais de Brasília. Artistas brasileiros de renome como Iberê Camargo, Athos Bulcão, Cildo Meireles e a premiada artista plástica Beatriz Milhazes são algumas personalidades do MAB que possuem suas obras retidas no Museu Nacional. Participaram da discussão o diretor do Museu Nacional, Wagner Barja, a diretora do MAB, Ana Taveira, e os arquitetos Antônio Eustáquio e Zeli Dubinevics.

De acordo com Wagner Barja, a ideia é transformar o MAB em um grande complexo de Arte que deverá funcionar como museu e escola ao mesmo tempo, mantendo a localização e o seu perfil original de acolhimento da arte contemporânea brasileira. A criação de um laboratório de pesquisa em restauro e conservação preventiva, biblioteca, auditório, sala de cinema e espaços expositivos, também destinados para abrigar obras de outros acervos, devem integrar a proposta. “A expectativa é que a gente chegue a esse programa de necessidades para decidir o que vai ser feito na reforma do prédio e depois fazer um concurso público para fazer a ampliação do MAB. O importante é que estamos tendo todo o apoio da Secretaria de Cultura do DF e a mobilização da classe artística e de cadeia produtiva das artes para estar desenvolvendo esse trabalho”, diz.

Para Barja, “a falta de interesse por parte do Governo em gestões anteriores e a falta do reconhecimento da importância do espaço” são alguns fatores que culminaram no estado atual de degradação do MAB, com vidros quebrados, portas enferrujadas e pintura desbotada. Segundo ele, a interação do museu revitalizado com as novas áreas construídas ao redor do local, principalmente com influência da gastronomia de regiões como a Vila Planalto, devem favorecer a acessibilidade da população e incentivar o turismo na cidade. “O MAB é muito importante e fundamental para o desenvolvimento das artes brasileiras. O acervo que temos é o termômetro que mantém aquecida a ideia de que o ele não morreu”, afirma Wagner.

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