Artigo: Nem tudo que é legal é moral!

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Nem tudo que é legal é moral!
 
Por Artur Bueno de Camargo
Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA Afins) e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo

Na última sexta-feira, 1º de fevereiro de 2013, os senadores e as senadoras elegeram, para ocupar o cargo de Presidente do Senado Federal, com mandato para os próximos dois anos, o senador Renan Calheiros de Alagoas, que é filiado ao PMDB partido do vice-presidente da República.
 
Dos 78 votos dos parlamentares, 56 deles elegeram o candidato do Governo. Embora o voto seja secreto, a maioria dos senadores e das senadoras do partido do Governo (PT), e sua base de apoio, provavelmente votaram no candidato Renan. Já os parlamentares do PSB declararam que não apoiariam o candidato, embora este também seja um partido que pertence à base de apoio do governo da Presidente Dilma.
 
A candidatura de Renan Calheiros não seria polêmica, se não fosse o passado tenebroso do senador, que tem contra si várias denúncias, que ocorreram no ano de 2007, e que vieram a obrigá-lo a deixar o cargo que exercia na Presidência do Senado. As referidas denúncias estão sendo oferecidas, pelo Ministério Público, ao STF (Supremo Tribunal Federal), sendo certo que a qualquer momento o senador poderá vir a ser julgado.
 
A eleição do senador Renan Calheiros, para ocupar a presidência do Senado Federal, do ponto de vista jurídico pode até não ter nada de ilegal, mas, no que tange à moral e à ética houve um desgaste muito grande para a Instituição (Senado), para o Governo e, principalmente, para a sociedade brasileira.
 
Precisamos de instituições com representantes dignos, a fim de que elas possam obter a credibilidade dos cidadãos. A sociedade brasileira perdeu, quase que totalmente, a confiança em suas instituições e isto é muito desalentador.
 
Com todo o respeito, mas, os senhores senadores e as senhoras senadoras poderiam ter evitado este desgaste!
 
A Presidente Dilma, que vem dispondo de tanto tempo para discutir política com os integrantes do seu partido (PT), principalmente com o ex-presidente Lula, poderia em nome da moral e da ética, ter pedido ao seu partido que não apoiasse a candidatura do senador Renan Calheiros.
 
Aprendi em minha vida que nem tudo que é legal é moral ou ético. E aprendi mais, que responderemos pelos nossos atos, sempre.
 
Em nome dos cidadãos e das cidadãs, brasileiros e brasileiras que assistem estarrecidos ao que se passa naquelas casas do Congresso Nacional, alertamos que aqueles que tomam decisões, por pura conveniência, a exemplo desta atitude com certeza, trarão consequências desastrosas no futuro.
 
Aguardemos, assim, os próximos capítulos da saga do Senado Federal!
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