Paula Belmonte pede investigação do MPF na saúde do Distrito Federal

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A deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) enviou um ofício ao Ministério Público Federal pedindo investigações sobre os escândalos da saúde do Distrito Federal. A parlamentar cita a operação Falso Negativo, as suspeitas de pagamentos indevidos em contratos de hospitais de campanha e os R$ 3 bilhões repassados pela União ao Governo do Distrito Federal.

O caos na saúde deixou marcas até agora. Desde o início da pandemia, 703 pessoas morreram enquanto aguardavam a disponibilidade de um leito de UTI. As informações foram obtidas pela TV Globo por meio da Lei de Acesso à Informação.

A representação sugere que seja aprofundada a investigação em torno do processo 035.961/2020-1, que tramita no Tribunal de Contas da União e diz respeito aos repasses do governo federal a estados e municípios. No caso da capital federal, as verbas da União não teriam sido capazes de evitar a situação caótica em hospitais e unidades de saúde.

“É lastimável que o Distrito Federal não consiga, talvez, atravessar um Governo sem que seja alvo de escândalos. Mas agora, a situação está mais periclitante, dado a possibilidade de irreversibilidade dos danos que tem sido causado às milhares de famílias”, escreve no ofício.

O caso do hospital de campanha do estádio Mané Garrincha é um dos mais emblemáticos. Na unidade temporária, teriam sido pagas diárias de unidades de tratamento intensivo (UTI), enquanto os leitos instalados seriam de unidades de cuidados intermediários (UCI), substancialmente mais baratas.

Paula Belmonte lembra a prisão de toda a cúpula da Secretaria de Saúde do DF, em julho de 2020. À época, os gestores foram acusados de um esquema de desvio de verbas na compra de testes de detecção de covid-19.

O rombo nas contas do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) também é um dos pontos que mereceriam a atenção dos órgãos de controle. Nos últimos meses, foi divulgada uma dívida total de R$ 250 milhões, apesar dos repasses mensais da Secretaria de Saúde.

O documento foi remetido à Procuradoria Regional da República da 1ª Região, que tem a competência de investigar ações do GDF.

Foto: Alexandre Motta