Paula Belmonte critica descontrole financeiro do IGESDF

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Segundo o novo presidente, as dívidas chegam a R$ 250 milhões e só há R$ 44 mil na conta corrente

As dívidas do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal passam dos R$ 250 milhões. Existem atrasos no pagamento de fornecedores, encargos trabalhistas, água, luz e muitas outras contas. As informações foram trazidas pelo novo presidente, Gilberto Occhi, que afirma que existe uma tentativa de reestruturação das contas.

Os dados foram fornecidos durante a reunião da Comissão Especial da Covid-19 no Distrito Federal, com a participação do senador Izalci Lucas (PSDB), da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) e do deputado distrital Leandro Grass (Rede).

Ao contrário do que prevê o contrato com a Secretaria de Saúde, o IGESDF gasta 92% do orçamento com pessoal. Eram previstos gastos de, no máximo, 70%. Atualmente, os repasses mensais do Governo do Distrito Federal são de R$ 83 milhões, mas o custo operacional passa de R$ 120 milhões.

Existem tratativas com o governo para que o contrato seja aumentado para R$ 102 milhões mensais. A situação orçamentária seria delicada, de acordo com Gilberto Occhi. “O que os senhores imaginarem o IGESDF deve. Água, luz, IPTU, condomínio, FGTS, INSS, imposto de renda e os fornecedores, que é o mais relevante aqui. Cheguei há cerca de três semanas e estamos em uma situação de apagar incêndio”, revelou.

Ao analisar a fala do presidente do IGESDF sobre a entrega de UPAS a partir de maio, a deputada federal Paula Belmonte criticou a situação das contas do instituto. “Vou fazer uma analogia muito simples, mas um exemplo de gestão. Uma dona de casa que está com as contas atrasadas não pensa em trocar de móveis, mas, sim, está pensando na alimentação dos filhos, o básico. Vamos aumentar um serviço que não é eficiente por conta de falta de transparência?”, questionou.

Occhi admite a necessidade de cortes de pessoal, mas essas demissões ainda não poderiam ser feitas. “Não conseguimos enxugar a máquina do Iges por não termos dinheiro para pagar rescisões. Não temos esse dinheiro. Na nossa conta corrente, temos 40 mil reais”, lamentou o presidente do IGESDF.

Existem ainda outros três gargalos cruciais para a estrutura do IGESDF: não existem sistemas de controle de estoque, de folha de pagamento nem de logística. São áreas que impactam diretamente na otimização do orçamento.


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Foto: Alexandre Motta